A ascensão dos smartphones - celulares com sistema operacional, que permitem o acesso
à internet e rodam aplicativos - havia jogado a Nokia numa crise. A empresa finlandesa
dependia do Symbian, um software já antigo, enquanto o novo mercado era conquistado
pelo iPhone, da Apple, e os aparelhos com Android, do Google, como a série Galaxy,
da Samsung.
Os primeiros resultados dessa estratégia chegam ao mercado brasileiro amanhã.
Com fabricação nacional, o Lumia 710 tem preço sugerido de R$ 999. Importado,
o Lumia 800 sairá por R$ 1.699, sem subsídio da operadora. A TIM promoverá eventos
ao estilo da Apple, com vendas a partir da meia-noite de quinta-feira em várias partes do País.
'Acreditamos que existe espaço para uma terceira opção de sistema operacional',
disse Almir Narcizo, presidente da Nokia do Brasil. Os aparelhos começaram a ser vendidos em novembro
em outros países. Segundo Narcizo, as vendas não começaram antes por aqui por causa da
fabricação local. 'Não conseguiríamos oferecer o Lumia 710 por esse preço se fosse
importado.' O executivo preferiu não fazer previsões sobre vendas locais. O último número divulgado
pela Nokia sobre vendas mundiais é que, até janeiro, haviam sido vendidos 'bem mais do
que 1 milhão de unidades'. A Microsoft citou um número da consultoria Gartner de que a
fatia do Windows Phone no mercado mundial deve chegar a 20% até 2015. Perspectiva. Apesar de ter recebido boas avaliações dos especialistas, a participação do Windows
Phone no mercado mundial ainda é pequena. Com os lançamentos da Nokia, passam a existir
quatro modelos no mercado brasileiro - dois da fabricante finlandesa, um da HTC e
outro da Samsung. Luciano Crippa, analista da consultoria IDC, afirmou que, com os preços dos aparelhos
anunciados, a Nokia não vai disputar o 'segmento de entrada', de smartphones mais baratos
.'No Brasil, cerca de 70% dos smartphones vendidos estão posicionados abaixo desses valores
anunciados pela empresa, deixando a briga concentrada nos usuários de maior poder aquisitivo
etambém no segmento corporativo.' A integração com o Windows é vista com um trunfo dos aparelhos da Nokia na briga por esse mercado
de clientes empresariais. 'O Windows Phone está na base de nossa estratégia de prestar serviços
de tecnologia da informação na nuvem', disse Michel Levy, presidente Microsoft Brasil. 'Queremos
que o usuário tenha uma experiência ubíqua, que passe pelo computador, Xbox 360 e pelo Windows Phone.'
A loja virtual do sistema operacional conta com mais de 65 mil aplicativos. A interface do Windows Phone, a cara do software quando o usuário começa a usá-lo, é bastante diferente
do iPhone e do Android. Ele usa o conceito de 'tiles', que são quadrados em que as informações dos
usuários são constantemente atualizadas, de fontes como o Facebook, Twitter e correio eletrônico. O Windows Phone tem um aplicativo chamado Xbox Companion, que transforma o telefone em controle do videogame.
Do lado da Nokia, o destaque é o aplicativo gratuito Dirigir, com navegação GPS por voz. 'Estamos fazendo a maior campanha de lançamento da história da Nokia no Brasil', disse Almir Narcizo. 'Ela
ficará no ar até o fim de junho, na mídia escrita e digital, na TV e até no metrô.' A Microsoft, as operadoras
e as redes de varejo também vão promover os novos aparelhos.
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